quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Ciclo do Mal

  O consumo desta sociedade é astronómico. É um facto, e tanto eu como qualquer um poderá afirmar isto. Não há controlo nos gastos e eu falo por experiência.
  Se há coisa que eu acho super estranho é ter de pagar para poder viver. Livro de culto? Paga. Filme de culto? Paga. Viro-me para museus, exposições, concertos e dou por mim a tirar dinheiro do meu bolso. Não é que ache totalmente errado, pois claro que as empresas que patrocinam, montam e fornecem entretenimento merecem poder ganhar também dinheiro, mas não estaremos centrados em demasia neste factor?
  Olho á volta do meu mundo e tudo parece girar em torno de dinheiro, de gastos e este factor consegue causar guerras, destruir nações. E isto foi uma referência enorme à situação do nosso país. Não é que me preocupe imenso com isso, penso que uma revolução está para acontecer. Não no nosso país, no mundo inteiro. Sinto que algo grande está para acontecer. A minha grande esperança é que apareça mais uma vez um D. Sebastião que salve a nossa pátria, que nos volte a tornar grandes. Esse Sebastião posso ser eu, ou você leitor. Quem sabe se essa revolução não transformará o mundo como o conhecemos e que transforme os países do mundo num povo internacional, com culturas diferentes, mas o respeito mútuo.
  É verdade que o equilíbrio total numa existirá e isso de certa forma chateia-me, pois significa que nunca conseguiremos estar totalmente em paz com o resto do mundo, mas ao mesmo tempo lembra-me que é para isso que a estrada existe. Deixem-me falar-vos um bocadinho da estrada.
  Apesar de se gastar imenso dinheiro nas estradas, eu gosto delas, em parte. Apesar de não gostar de como são organizadas, estragando montes e vales, planícies lindas de se contemplar e perdermo-nos nelas, eu gosto delas pelo elo crucial das estradas: Ligar sítios. Pois vejam, eu tenho um sonho. Uma caravana com as necessidades básicas, roupa, sitio para dormir e comida, e desejo fazer-me á estrada. Vaguear. Perder-me. Isto é o que eu preciso de fazer como uma jornada final para descobrir o meu próprio ser.
  Não há maneira melhor de nos encontrar, como perdermo-nos. Esquecer por uma vez todas estas limitações de para onde temos de ir e do que temos para fazer, e andar, conhecer. Desejo conhecer o mundo, primeiro o meu país e depois ir saltando de país em país, à procura de algo melhor, de mais ideias, de mais vida. Eu amo este mundo e se ainda não o desvendei, é porque não consegui, seja por coragem ou seja por que razões for. Porque não é simples, nem fácil dar um salto destes. Requer muita força de vontade.
  Mas depois lembro-me também, que mesmo para poder concretizar este sonho, preciso de dinheiro. E aí o círculo do mal volta a rodar. Como posso ser livre se me sinto preso? Como poderemos estar livres se em cada movimento sinto como se carrega-se uma moeda de uma tonelada? Não sou contra o dinheiro, nem considero benéfico que o tenhamos sem esforço, mas é de notar que não posso ser livre com esta corrente no meu bolso.
  Mas o meu problema é não saber como resolver este caso do dinheiro. Ainda não consegui arranjar um plano para que a sociedade actual funciona-se sem este elemento... Talvez alguém me ajude. Talvez o leitor. Talvez o D. Sebastião. Talvez...


  Talvez deva parar com isto e fazer-me á estrada. A estrada do pensamento é infinita.