sexta-feira, 14 de maio de 2010

pois não sei...

Amor, amor, onde andas tu no coração dos homens?
Aquela pomba branca que devia passear nos ceús, porque é que são poucos os que te vêem? Sempre estives-te ao meu lado, e nunca te senti uma única vez... porque sempre que a sentia, acontecia algo que me tirava essa paz, então, perdia a noção do que é esse lema: Paz e amor. Será este o caminho para a felicidade? Parte de mim acredita que sim... mas e levá-la ao resto do mundo? Ah pois... Aí é que nos encontramos cheios de problemas... O mundo está com tanta violência que não sabemos se devemos estar em paz, para o tornar melhor, com combater a violência com mais violência... quer dizer, mesmo sendo a causa boa, não estaremos a originar mais violência? Mas e se ficarmos quietos? também conseguimos mudar o mundo assim?!
A complicação é demais...
No mundo fala-se em petições e em debates, mas como poderá haver tal coisa, se a verdade e as poucas palavras sábias não são ouvidas por todos? Como podemos defender a paz, quando não nos conseguimos colocar ao lado de um ladrão? A estas perguntas continuo sem resposta... Indefinidamente hipocrita, procuro respostas para o meu próprio coração, com o desejo de mudar o dos outros...
ando para a esquerda e para a direira, procuro a resposta.
Anfo para a direita e para a esquerda, não em a encontro.
Que estou a fazer mal?
Não ando em circulos...

"The Sound of clapping is two hand hitting each other. Show me the sound of one hand!"

sábado, 6 de março de 2010

Mais uma

Mais uma noite, mais um terror.
Wow. Mais uma noite de insónia... e ainda só começamos o semestre agora... isto promete.
Podia começar com algo super piroso e afins mas não me apetece. Não me apetece nada por acaso. Não me apetece dormir, mas não me apetece ficar acordado. Passeio algures pelo limbo dos estádios emotivos. Balanceando cada passo, quando penso que estou a avançar, o caminho torna-se cada vez mais longo, mais ténue, e são muitas as vezes que caio. Agarrado por um braço, procuro, apalpando aquele fio curto que me segura um ponto forte para me levantar. Consigo finalmente, mas de cada vez que caio me pergunto: "Porquê? Porquê continuar se isso não me leva a lado nenhum?". Talvez avance, aos poucos, porque sei que estar parado não me serve de nada também. Ora preso por ter gato, preso por não ter, mais vale ir andando a ver se chego a algum lado.
Mais uma vez aquele velho desejo apodera-se de mim, possuindo-me com tanta facilidade como se enche um copo com água. Neste momentos é só isso que sou. Um contentor vazio, aclamando por emoções. Mas as primeiras a chegar e a preencher não são as boas. Mais uma vez, aquele desejo antigo de desaparecer ocupa o meu pensamento... Porque não desaparecer? Ficar invisivel ao mundo, passar despercebido... Dizem que o ser Humano procura ser o centro das atenções, seja por poder, felicidade, seja o que for. Eu pessoalmente procuro mais passar despercebido. Nestes momentos apercebo-me que o mundo é demasiado grande para eu sozinho o mudar. As minhas idealogias são de outro ser humano. Não tenho poderes especiais. Não tenho inteligência superior. Não tenho absolutamente nada, portanto torna-se mais facil passar despercebido pelo mundo. Sou igual a tantos outros, apesar de detestar a igualdade das pessoas. Hipócrita, sem rumo certo, caminho por um trilho numa floresta que à muito deixou de ser super verde. Tornou-se mais verde, é certo, não me posso queixar das escolhas que fiz, isso é verdade, mas nestes momentos, nestas Noites de Terror, a floresta passa de verde, a negro, negro como a noite que me assombra e me acolhe. O escuro passou a ser meu amigo nestas alturas, e nele encontro as respostas que o pó que me corre pelas artérias procura. Porque no final somos só isto, veias, ossos, musculos, e pele. Procuro respostas que nunca vou obter, e procuro conselhos que nunca vou ouvir. Procuro discursos que nunca vou entender. Procuro... Procuro me a mim.
Nada mais que ondas no mar e a areia a aguentar-me no chão, nada mais que as folhas a cair e o vento a leva-las para longe, bem longe daqui, viagando pelo mundo fora até encontrar o seu sitio.
Procuro.
Procuro.
Procuro.

Procuro algo. Encontrei algo. Procuro mais. Não encontro nada.
Noite, Dia, Sol, Lua, Luz, Escuro.
Nada mais, nada menos.
Isto é vida, e morte, ao mesmo tempo.
Isto sou eu a desejar ser vampiro ou lobo. Procurar em alguém a humanidade que me falta, a força que me falta, a inteligencia que me falta. E a procurar a capacidade de que tornar invisivel ao mundo.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Insónias

Noites mal dormidas. Noites em branco. Engraçado como durante o dia o tempo parece correr e à noite simplesmente pára. Quando está tudo bem, sentimos que o dia é rápido demais, e a noite é maravilhosamente rápida. Deitamo-nos, cansados, e nem damos pelo tempo a passar. Deitamo-nos, Sonhamos. O mundo torna-se intemporal. Intemporalmente rápido. Mas não para quem tem insónias. Não para quem perdeu todo o sono.
O ser humano é todo ele psicológico. O mundo é o próprio Homem que o cria. Em dias sombrios para ele, o céu pode estar limpo e o sol pode estar no seu apogeu, iluminando tudo e todos, mas o Homem vai sempre ver uma sombra, um canto escuro, que se torna o seu mesmo canto. As noites são o castigo para quem se sente negro. Escuras, Silenciosas, promovem o ambiente perfeito para o auto-castigo. Ambiente perfeito para a auto-mutilação. Auto-Desctruição, Suicidio psicológico e muitas vezes físico do homem. Para quem passa a noite acordado, este é o pior castigo. O tempo pára. Desejamos que o ponteiro se mova, ansiosos pelo tique-taque que parece ter um quilómetro de distancia entre eles. Tique. Aproveitamos este tempo para pensar, embora isso também não nos apeteça. Já sabes o que aí vem. "Talvez deve-se fazer isto, mudar aquilo em mim...". Taque. Mas sabem o que não se vai embora nesses pensamentos? O sentimento de culpa. Se a razão pela qual não dormes esta noite for culpa, ou sofrimento, deixa-me avisar-te, isso não se vai embora assim tão facilmente. O desconforto é enorme. Ora sinto frio, ora calor, o que não ajuda nada a ganhar o sono. Tique. Começo a pensar então: "Dou muita importância ao mundo? Não sou feliz? A culpa disto tudo é minha, eu mereço isto. O meu castigo. Não dou ouvidos ao que me dizem, não faço o que me mandam e depois tenho de sofrer o castigo. Taque. Mas será que o relogio encravou?! Não se pode fazer barulho, se não acordo a casa. Já dou problemas suficientes. Não preciso dar mais um. Stress, Dor, Raiva, Tristeza e principalmente Desilusões. Cada lágrima, cada choro, cada olhar de desapontamento é mais um peso no meu peito e na minha garganta. Quem me dera que fosse só em casa. Ás vezes parece que só dou desilusões e tristeza na minha vida. Como se fosse perseguido por elas. À minha volta só oiço choros e vejo olhares desiludidos. Odeio isto. O silêncio torna-me mais irritado pois parece que concorda com a minha culpa. Um castigo sobre o castigo. No ar já sinto o cheiro da desilusão.
A casa chora. O mundo chora. E para variar, a culpa é minha. Sempre foi minha. O pior da falta de sono é que a mente não concorda com o corpo. Tique. Os olhos estão pesados, mas também não os consigo fechar. A cabeça pesa, mas se a deito fico com vontade de me levantar. Não sei mesmo mais o que hei-de fazer.
Sou um revolucionário sem guerrilha. Sem propósito. Não preciso que me digam que estou de castigo. Eu sozinho castigo-me. A tristeza está á minha volta e preciso de me castigar por a passar para os outros. Perco-me em mim mesmo. Nem sei como me vêm pedir ajuda a mim, quando nem a mim memso sou capaz de ajudar. Fraqueza... É isso que tenho por todo o lado. Sou fraco. Não consigo proteger os que amo. Não consigo dar felicidade. Não sou digno do que tenho. Não o mereço. As duvidas começas a surgir em tão grande quantidade que duvidamos de nós próprios. Taque. "Isto devia ser assim? Sou feliz mesmo? Posso SEQUER mudar?! Esta escolha, impuseram-na em mim ou é realmente minha?" O mundo que carrego no corpo está a tornar-se cada vez mais pesado. Tenho me ido a baixo cada vez mais vezes. e memso assim estou a esforçar-me... não sei quanto mais aguento. Perco a razão e actuo de formas que depois me deixam pior. O relógio não avança mas também não tenho paciência para escrever mais. Vou ficar aqui, culpado, na escuridão e silêncio de uma Noite sem Sono... Tique, Taque... Castigando-me...