domingo, 20 de maio de 2012

Liberté

  Todos os dias estamos presos. Conforme o decorrer do nosso crescimento, entramos lentamente para uma ilusão de liberdade, esfregando lentamente os olhos com esta ilusão e somos levados a acreditar que todas as nossas escolhas são provenientes da nossa própria cabeça, que tudo o que podemos e queremos fazer não possui barreiras se não as nossas próprias decisões. Mas eu bem sei que isso não é assim. Pensamos que cada país é controlado por pequenos governos individuais, mas lá no fundo, bem dentro do nosso intelecto, possuímos a noção de que existe uma entidade que controla povos, nações, o mundo. Essa entidade é a televisão.
  A publicidade diz-nos o que devemos querer para ser importante na sociedade, diz-nos o que devemos sonhar, o que devemos sentir. Controla os nossos sentimentos de tal modo que nos imprime a ideia de que existe algo que iremos sempre precisar para sobreviver, algo tão comum para a mente actual que não pára para pensar no que realmente significa possuir esse algo. Sabem certamente do que falo. Dinheiro. A nossa Grande Depressão. Somos levados a acreditar que o dinheiro dita quem somos mas o que acontecerá quando nos apercebermos que o dinheiro é apenas papel impresso e metal moldado? Todos os dias cria-se e troca-se mais dinheiro, contudo somos levados a acreditar que viver sem ele é crime. E assim o veneno entranha-se na nossa mente, lentamente, até entrarmos num estado de coma social e intelectual. As leis da publicidade comandam-nos e injectam esse veneno.
  De forma meticulosa e inteligente somos levados a pensar que a nossa vida está totalmente dependente do que temos, vestimos e mostramos. Mais do que a primeira impressão, existe a marca que deixamos em alguém, a preocupação, o interesse mútuo isso é que realmente importa e é o que esta sociedade envenenada se esquece. Habituados ao ritmo acelerado e elevado de consumo, seguindo a máxima "cada um por si" esquecem-se que ter muito implica diminuir o valor existente e esquecem-se que a máxima tem continuação "cada um por si, pelo bem de todos". As próprias relações caseiras são destruídas gota a gota, enquanto a televisão capta cada vez mais a atenção dos presentes na sala, retirando a atenção aos problemas pessoais e troca de ideias. Eu não me alimento só de comida, preciso de lições, ideais e conhecimento. E sei que vocês também são como eu.
  Constantemente sentimos uma caixa a fechar-se sobre nós, enquanto somos impedidos de crescer e explorar o intelecto e criatividade. Mas ao mesmo tempo que nos são colocados obstáculos ao crescimento, negam-nos qualquer possibilidade de desenvolvimento auto-suficiente. Impedem as lições de vida autónomas e não recebemos qualquer crédito por lições de vida sobre a qual não consultámos ajuda de outrem. Impedem-nos de circular livremente pela estrada enquanto nos criticam por não sabermos regiões e não procurarmos conhecimento.
  A televisão tornou-nos especialistas em evitar confrontos, em controlar cada aspecto singular das nossas vidas. Está na altura de se destruir certos pilares, deixar os acontecimentos rolarem e descobrir onde as fichas caem. A liberdade existe, à nossa espera e nós ignorámos o seu chamamento por muito tempo. Que seja o que a Natureza quiser.

-CB

sábado, 14 de abril de 2012

Melhor ano de sempre?

  Hoje vi uma frase. A frase fez-me chegar a mensagem ao cérebro e pensar. E como tal, fez-me querer escrever.
  O que estás à espera, leitor, para fazer deste ano o melhor ano da tua vida até agora? Eu sei que disseste no início do ano que este ia ser melhor que o anterior. Mas não está a ser totalmente pois não? O que te está a faltar?
  Muitos começam a dizer que não têm dinheiro para fazer isto ou aquilo, e por muito que seja verdade que cada vez mais nos encontramos numa sociedade em que o dinheiro te dá a possibilidade de muito, estamos também numa sociedade que tem de voltar a aprender o valor do dinheiro. Para quê gastar, se há imensas coisas que podes fazer com gastos reduzidos ou inexistentes? Passear, concertos, amigos, tudo isto pode proporcionar-te boa diversão sem gastares muito!
  Outros dizem que têm muito trabalho. Perdoem-me mas... A SÉRIO?! Existem 7 milhões de pessoas no mundo, das quais mais de 50% ou mais não terá emprego. És um dos sortudos que têm. Pensa nisso. Pensa só nisso. Para além de significar que tens capacidades para fazer o que te pedem, estás a receber o tão desejado dinheiro que querias em cima. Porque é que não estás feliz? Porque cansa? Existe uma frase inglesa que é muito usada e com razão: No pain, no gain! Qual é a melhor recompensa, a que vem do éter, ou a que é merecida? Por muito bom que fosse dizer a primeira, todos sabemos que a segunda tem um gostinho especial. Algo que a torna especial. Única. Saborosa. O esforço que tiveste até aquele momento final, a ânsia de concluir esse projecto a que dedicaste tanto tempo, finalmente saiu recompensado. Quando se trabalha muito e no final se obtém melhores resultados que os que se esperavam, aí é que sabemos que o dinheiro não é tudo, porque embora muitos critiquem "para quê trabalhar se no final o dinheiro é o mesmo?" eu digo: "Para quê evoluir se não queres sair do mesmo nível?". O esforço é sempre recompensado, de uma forma ou outra. Temos de aprender a ver o lado positivo da vida.
  "Estou triste, a vida não me corre como eu queria". Esta é de longe a minha preferida, principalmente porque também a penso de tempos a tempos. E meus amigos, como me sinto estúpido depois... Pensemos. A vida corre bem a toda a população. De alguma forma impossível, todos temos os nossos sonhos concretizados. O que somos nós então? O que estamos aqui a fazer? Estas perguntas deixam de fazer sentido, pois temos tudo feito, todas as nossas aspirações foram concluídas. Deixou finalmente de haver o mistério e o desconhecido do mundo do próximo minuto. Onde estou agora é o que me define neste momento como pessoa, mas o que farei a seguir irá definir-me outra vez. E o que farei depois disso outra vez. E outra. E outra. E outra... Somos o que fazemos perante as dificuldades, perante os esforços. Somos o que cantamos, choramos e sofremos. Iremos sempre sofrer com alguma coisa, mas isso não significa que temos de subtrair importância à vida, significa que temos de aprender com ela.
  Torna tudo uma experiência única. Chora com toda a tua força, ri com toda a tua força, sofre como se tivesses a morrer para depois te aperceberes que não há razão no mundo para estares assim. Não é que não possas dar importância por as coisas te irem desaparecendo. Mas a vida é assim. Nada se perde, tudo se transforma. O mundo é um ciclo inteiro, nada chega a desaparecer da existência porque há sempre alguma coisa que persiste na Terra. Memórias, vestígios, tudo mostra que a felicidade existe e vale a pena ser vivida.
  O mundo é todo um conjunto de oportunidades e desafios. Como as aproveitas e como os ultrapassas, é o que fará com que este ano seja o melhor ano da tua vida até agora. E que o próximo seja melhor ainda.

(Peço desculpa por não escrever um texto sobre madeira, mas aceitarei esse café na mesma)

quinta-feira, 22 de março de 2012

Revolta Motivacional

  Então hoje acordei a pensar que o país está a precisar de uma revolução de mentalidade. O povo português, tão susceptível à grandeza, tão destinado a fazer grandes coisas, hoje em dia acobarda-se e deixa os outros ditarem as suas regras por ele. Está na altura de mostrar a todos que não somos só uns trolhas de bigodes que comem porco.
  Sim, é verdade que quem dita as regras e as escolhas são os políticos, contudo, por muito não goste deles, fazem parte deste grande povo que é o meu povo português! Temos de mudar a nossa maneira de ver as coisas, temos de mostrar ao mundo quem somos nós na realidade! Estivemos sempre presentes na história mundial, estivemos sempre presentes quando tudo se foi transformando e mudando. E nunca nos acobardámos como agora.
  Venham os estrangeiros ditar regras, o que é que eles sabem? Não sabem nada, não sabem o que passamos. Ouvir problemas nas noticias não é o mesmo que viver os problemas como nós, Portugueses, vivemos! Nós estamos cá, estamos a viver cada uma das dificuldades impostas, somos nós que estamos a fazer todos os sacrifícios! Temos de nos mentalizar que nem tudo está a ser feito para lixar o povo. Há sacrifícios que temos mesmo de fazer para voltar a proporcionar este país à grandeza...
  Façamos os sacrifícios agora, meus amigos, para depois termos a possibilidade de mandar todos a um certo sitio. Sacrifiquem-se agora para depois, no futuro, mostrarmos ao mundo inteiro que não é o tamanho do país que importa, mas o que se faz nele! Tomaremos de novo as escolhas certas, criaremos de novo grandes pensadores, artistas, cientistas e políticos. Criem-se novas ideias, tomem-se posições e atitudes de grandeza e mostraremos a todos que não temos de fazer o que nos mandam e dizem, que podemos tomar nós controlo das nossas vidas! Voltemos ao tempo das descobertas, voltemos a enaltecer o grande povo português, e mostremos ao mundo o orgulho que temos em ter o coração verde, vermelho e amarelo! Não nos tentemos com pensamentos racistas, não nos tentemos com pensamentos de ódio. Pensemos com claridade, justiça e orgulho no país! Temos muitos portugueses diferentes e cada um com a sua cultura. Aproveitaremos esta diversidade e criaremos um país mais forte, original e melhor!
  Ninguém tem o direito de nos dizer o que pensar e o que fazer, só nós, Nós, portugueses, sabemos o que é melhor para nós! tomemos as decisões certas amigos, e mostramos ao mundo que não somos só um grupo de pessoas. Mostremos ao mundo que somos quem canta o nosso fado e mostremos que não há ninguém melhor para se tornar uma nova potência mundial.
  O povo português é grande... só nos falta a mentalidade.
 
  Ó gente da minha terra!, EVOLUAM!

sexta-feira, 2 de março de 2012

Hello Hello Friendship

  Ora pois, começo por pedir desculpa pelo atraso do texto mas o tempo disponível tem-se encurtado constantemente. Nevermind that, aqui estou eu.
  Este mês a crónica será outra vez algo pessoal, algo sobre a minha visão pessoal sobre amizades. Há quem diga que um amigo tem de estar sempre ao teu lado. Isto não é tão linear como parece. Mais do que a presença constante, é importantíssimo a presença nas alturas certas. Importa as conversas e os tempos juntos. Importa as atitudes.
  Uma variação grande na maneira de ser ou estar de uma pessoa pode alterar a forma como os seus companheiros a vêem. Não interessa tanto a distancia física, porque essa pode ser facilmente quebrada com as tecnologias de hoje. Mas quando a distância psicológica ataca a relação de amizade, tudo se estraga.
  Frequentemente a pessoa em questão começa por isolar-se. Depois arranja outras companhias. Quando damos por ela, está a ter atitudes que sempre criticou. Mas o problema nem é a atitude mudar, que se a atitude mudasse para os outros mas a companhia dos amigos continua-se a tomar alguma importância seria fácil avisar a mudança de atitude. Mas frequentemente tal não é possível.
  Descobri que é mais fácil encontrar uma boa amizade em alguém que acabámos de conhecer do que num amigo de longa data que se lixou para nós.
  A vida moderna não é afectada por distância com a facilidade em comunicar na internet e no telemóvel.

O que interessa não é os amigos que vão. É os amigos que ficam.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Ano novo, Análise nova.

                Inferno, 2011 já passou. Um grande ano, cheio de grandes coisas e muitas delas não interessam a ninguém. Vamos andar para a frente.
                Existe uma avaliação geral deste ano: BOM. Gostei do ano. Acabei de uma forma não-tão-boa assim o ano lectivo, mas a esperança é a última a morrer e lá me desenrasquei. Não aconteceu nada de especial durante esse final de ano lectivo, apenas notei que houve muitos conhecidos a passarem ao lado, e outros tantos com os quais me dava a irem embora. Não que me interesse assim tanto.
                Qualquer amigo que se preze fica contigo apesar da distância. Por isso é que se houver algum conhecido que tenha achado que eras um amigo que merecia a companhia dele, ele volta a ligar. Ou não.
                Senti-me um bocado eremita nessa altura e apesar das coisas terem corrido melhor, sinto que precisava de arejar a cabeça, libertar-me um bocado da rotina de escola-casa. Daí ter decidido socializar um bocado mais. A socialização teve os seus pontos positivos e negativos, sendo que voltei a comunicar mais, contudo, deixei de dar a prioridade total a outras coisas. Tu sabes do que falo. Não foi nada contra a organização em si, mais de como estava a organizar a minha cabeça. É claro que chega a um ponto em que até uma criatura como eu se farta de ouvir os bla bla bla's contra os anti-sociais.
                Veio o verão, com ele a praia, o relaxamento, mas também alguns outros problemas. Tive mais tempo de descanso, mas como bom humano que sou não posso parar de me preocupar. Alguns stresses com a outra metade, mas resolveu-se tudo com mais ou menos dificuldade. É verdade que há umas quantas coisas de que me arrependo, mas como diz o provérbio "esperto é aquele que aprende com os erros". Obviamente que há coisas que aprendo após um erro, outras parece que não. Parece que tenho de perceber mesmo as razões pelas quais alguma coisa é errada e depois percebo se o posso voltar a fazer ou não. Arrependo-me de algumas coisas sim. Outras não. Há umas que até me arrependo e não me arrependo.
                O verão passou e após terem passado os stresses também percebi que há coisas que temos mesmo de valorizar. Só após perdermos tudo é que sabemos a importância que têm. Decidi continuar a socializar, mas ao mesmo tempo tenho de encontrar o equilíbrio entre interesses profissionais e os vários interesses pessoais. O trabalho voltou, e decidi que teria de me dedicar e esforçar. E fi-lo.
                Esforcei-me acima das minhas expectativas, o que para mim é uma coisa boa. Ainda não vi resultados, mas independentemente deles, já me sinto realizado. Sinto que fiz alguma coisa.
                As minhas ideologias mantêm-se fortes, mas fui descobrindo aos poucos que não sou necessariamente isto ou aquilo. Procuro entre ideologias a minha, e mesmo que não seja perfeita, sinto que a procura está a dar frutos. Tenho de acertar pormenores, mas não sou um filósofo e muito menos político, graças a deus, por isso posso levar o meu tempo. Até porque só escrevo para aqui, deve haver só um leitor ou outro neste belo blog. Eu nem considero isto um blog. Penso nisto como uma mistura de feed de notícias e arquivo de ficheiros.
                Tive experiências novas e tive discussões novas. Não pode ser tudo sempre perfeito, isso aborrecia não era? Houve umas quantas confusões, mas procuro sempre a melhor solução e espero sempre que esta leve aos resultados que quero. ÀS vezes sim, outras vezes não. Nada de mais, se a solução não é esperada, surge outra discussão e isso abre portas a um novo conjunto de soluções.
                O ano passou e dei por mim a pensar, o que quero ter como resolução de ano novo? Nada. Não tendo resoluções não tenho problemas se não cumprir as metas. Os meus objectivos vão sendo colocados ao longo do tempo, conforme a necessidade. Eu sei que quero ser original, único e autêntico. Para isso não preciso de objectivos criados na minha cabeça, preciso de ganhar tomates e fazer o que acho correcto e falar sobre o que é correcto ou não, dizer o que acho correcto e pronto. Para isso não é preciso resoluções.
                Espero o próximo ano com esperança. Será difícil, a minha pátria vai sofrer e eu vou sofrer com ela. Na minha metade irei procurar a melhoria, como é óbvio. Espera-se que tudo melhore e que deixe de haver lutas interiores. Quanto a vida profissional, bem, parece que dedicar a 120% deu resultados medianos, por isso tenho de me dedicar a 200%.
                Espero que o leitor, com o pretexto de ser um ano novo, decida finalmente mudar a sua vida, metê-la do jeito que quer. A força de vontade está dentro de cada um de nós e só temos de a aproveitar. Pense que todos temos o nosso mundo, e o problema de muitos é querer criar um mundo igual ao dos outros. Originalidade e individualidade dão sempre resultado!

domingo, 25 de dezembro de 2011

Xmas = EX-mas

  Desta vez atrasei-me na escrita do texto. Havia complicações, ainda falta libertar uma ponta solta, mas farei os possíveis para o fazer. De volta ao texto.
  Todos os Natais penso em escrever algo deste género, mas ou não surge escrever, ou simplesmente não me apetece. Este ano será diferente.
  A minha opinião pessoal sobre o Natal é bastante má, principalmente devido a dois factores. Esses dois factores, influenciados pela minha opinião da sociedade no geral levaram-me a acreditar que o Natal é um dos feriados mais estúpidos que existem neste momento. Não me levem a mal, sou grande fã das férias, e acho que realmente não há altura melhor para relaxar do que o Natal.
  Contudo, toda esta noção consumista do Natal estragou o feriado. Torna-mo-nos escravos de uma noção de valores que são baseados na quantidade de prendas que oferecemos. Quanto mais prendas damos e recebemos, melhor pessoas somos. Ou assim acreditam. Estragámos um conjunto de valores que inicialmente estavam entranhados nos nossos cérebros, que mostravam que o Natal era época de Paz, Amor e essas coisas. Esses valores foram agora transpostos para prendas, para o valor material e monetário das coisas. Não, não preciso de mais camisolas. Obrigado, mas já tenho meias que cheguem. Mais uma garrafa de bebidas alcoólicas? Todos os Natais oferecem-me montes de coisas esquecendo que na realidade aquilo que quero já estava lá, e ninguém deu por isso: A companhia dos parentes e entes queridos.
  Outra coisa que eu acho lindo é referirem tantas vezes que o Natal é um feriado cristão, que serve para comemorar o nascimento de Cristo. Isto só me dá vontade de rir. O Natal foi adaptado para tornar o nascimento do senhor nesta data, que já era celebrada pela religião pagã, como celebração ao ciclo natural, o inicio de um novo ciclo de colheitas. Com que então um feriado cristão? Nascimento de Cristo? HA, querem-me dizer que foi por pura coincidência que o nascimento calhou no dia de celebração de Yule?
  Em cada Natal que passa só penso no que as pessoas com que me encontro em casa fizeram por mim, ou o  interesse que demonstraram, e decido como será a minha atitude para com eles no próximo ano. Não quero prendas, não quero coisas. Quero amizade, preocupação, amor, carinho. Não preciso de doces nem preciso de decorações. Preciso do calor humano de um abraço.
  É isso que me torna humano e alguém. Não é um par de meias.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

O nojo e a revolta

  Já reparam que não damos pelo tempo a passar enquanto nos divertimos? É uma boa sensação não é? Aos poucos e poucos avalio o estado deste país e sinto que o tempo está a passar muito devagar. Odeio.
  De cada dia que passa ouve-se nas notícias informações tratadas (mal) e controladas, a suposta informação que deve ser passada a Portugal, e cada vez mais noto que a população está a lixar-se. Um bando de ignorantes.Decidem fazer greves por haver despedimentos quando a razão pela qual mudaram de governo é porque o país já estava na merda. Mas ninguém se lembra disto. Ninguém se lembra que para haver emprego o dinheiro tem de vir de algum lado. Ninguém se lembra que para corrigir a merda que foi feita pelo representante elegido temos de fazer esforços. Hipócritas.
  Vêem todos dizer agora publicamente que não temos culpa do que ele fez, porque não votámos nele. Alguém teve de votar. E os votos tiveram de ser suficientemente numerosos para o senhor governante ir para o poder. Cada vez tenho mais nojo das pessoas e da sociedade. Parece que perderam a qualidade que os fazia humanos, o designado "senso-comum", e isso impede-os de ver uma maneira simples de funcionar. Têm a mente tão distorcida pelo dinheiro que apenas pensam em ganha-lo e não querem saber de o que é preciso fazer para haver sequer o dinheiro para pagar. Mentes ignorantes e distorcidas, que nem um paciente mental fechado num asilo. Vocês que pensam que é só ganhar o dinheiro e não se preocupam com mais nada, só com o vosso umbigo, a vocês eu digo: "METEM-ME NOJO!".
  Esqueceram-se por acaso que o chão que pisam faz parte de uma nação com milhares de anos de história. Uma nação que esteve na liderança dos descobrimentos, de onde vieram os mais famosos navegadores e personagens da História. Pensam apenas nesse instrumento nojento que torna o Homem perfeito numa criatura fantástica de nome ORC. O dinheiro, essa coisa tão amada que não querem largar por nada, torna-vos feios, inúteis, e sem o mínimo de auto-respeito. Não procuram a auto-realização por causa de um trocados e por isso deitam tudo abaixo, incluindo os alicerces da vossa própria família. Mas não se preocupem, eu não vos culpo a vocês sozinhos.
  A culpa é na realidade destes países todos a que chamam de Primeiro Mundo, que decidiram em continuar a adoptar as formas erradas do sistema feudal, que usava taxas monetárias para enriquecer, que tomava do povo a capacidade de trocar favores. É devido a estes países, que as nossas relações, mesmo em casa, se tornaram impessoais, uma relação fria de "dá-me o que tens e dou-te ouro", em vez de "dá-me isto e dar-te-ei algo em troca". É que para além de adoptarem um sistema que já deveria ter sido destronado à muito, ainda o utilizam mal, onde quem trabalha muito não recebe nada e quem não trabalha recebe imenso. Dizem que o mundo é dos espertos. O mundo é das cunhas.
  Não vale a pena estudar até à morte para chegar a uma entrevista de emprego, e dizerem que nos chamam depois apenas como uma desculpa para dizer que não nos querem para nada. É que ainda por cima não mandam embora quem não querem com uma desculpa pelo menos de "não é o que estávamos à procura!". Não, nem isso. Somos mandados embora com um "depois ligamos", uma antecipação de que algo de bom pode vir a acontecer neste nojo de mundo, a um nojo de pessoa que somos nós mesmos. Somos mandados para casa com esperança, sabendo que no fundo ela só nos vai mandar abaixo. Mas aceitamos isto como um bando de lobos tornados cães.
  Mas eu sou um lobo disfarçado de cão. Eu sei o que quero. E sei que nesta sociedade, está na altura de alguém começar a mostrar o que se deveria fazer. Revoltem-se contra o sistema monetário que vos estraga a mente, leiam as noticias, mas leiam-nas com olhos de perceber e não de ler. Mostrem-me e provem-me a mim e ao mundo que ainda existe vontade de mudar na alma lusitana. Quem sabe se uma revolução aqui não mudará todo o mundo. Está na altura de percebermos que temos de ajudar quem precisa. Está na altura de percebermos que vale a pena guardar e usar aquilo que não precisamos. As nossas necessidades são simples, tudo o resto são prazeres da vida, prazeres que devem ser aproveitados esporadicamente para não perderem a sua beleza e valor. Deixem de me meter nojo.
  Os políticos sei como tratar deles. Uma crítica aqui, outra ali, e vêm para a linha da frente todos ofendidos, pensando que têm as costas quentes... mas eu não tenho medo deles. Podem-me fechar a boca que eu escrevo, partam-me os dedos e eu agitarei multidões. E aí é mais fácil de vos destruir pois as pessoas seguem-me por pena. Eu sou inteligente e aos poucos percebo que a política não é o que era. Está na altura de não deixar-mos uma pessoa que rouba no governo e à frente do nosso país. Está na altura de fazermos nós próprios a avaliação do passado da pessoa que quer ir para a frente do país. E temos de mostrar que quem manda no mundo são as pessoas, e não o dinheiro e um grupo de políticos.


http://www.thezeitgeistmovement.com/
"Manifesto Comunista" de Karl Marx e Friedrich Engles
A minha porra de inteligência, por mim.