quarta-feira, 16 de abril de 2008

Revolução ou Refilar Por Alto?

Ultimamente tenho andado muito com estas ideias. Ideias de que algo está mal. Ideias de que estamos, lenta e exageradamente, a ser controlados, manipulados e estruturados como os outros bem entendêm. Sinceramente, acho isto uma grandessíssima porcaria. Confio em Deus e nas pessoas para me guiarem através do meu caminho da vida. Mas SÓ GUIAR!
Cada vez mais sinto que estou a ficar com os mesmos costumes e ideias que a "caixinha maléfica" que é a televisão passa para mim. Copio o que vejo nos filmes. Copio o que oiço dizer. Torno-me cada vez mais um Imitador.
Critico as pessoas sem saber ao certo porquê. Apenas oiço alguém a refilar contra, e vou na conversa.
Isto é um bocado parvo. Agora de fora, pensando claramente enquanto escrevo, vejo que pelo menos 1/3 da minha vida foi passado com ideias dos outros. Escolhi a escola que me disseram para escolher. Joguei, brinquei e pensei o que me disseram para pensar. Escolhi as disciplinas e o curso que me disseram para escolher. Na verdade, deve ser por isso que sinto que ainda não encontrei o meu sitio. Sinto sempre que estou a mais.
A parte pior disto, é ver que muitas das vezes, tomo a atitude de grande parte das pessoas: digo que não se deve fazer determinada coisa e logo a seguir, assim que os outros desviam o olhar, vou fazer a mesma coisa que critiquei... Deve ser por isso que ando a querer ler mais livros. Sempre ganho cultura, sentido critico e sempre ganho algum raciocínio.
Mas voltando ao assunto chave:
Ultimamente tenho andado a pensar porque razão existe tanta violência e tantos distúrbios nas escolas.
Penso que é porque as pessoas têm tudo pronto na mão e na hora que querem. Concordo que a acomodação é precisa, na verdade, seria um hipócrita desprezível se dissesse que não gosto de quando está a chover, sair da escola e vir de carrinho para casa, se dissesse que não me faz falta o comboio para ir visitar certos locais.
Mas acho que as pessoas agora têm disto em demasia.
Em primeiro lugar, acho que a escola não devia ser obrigatória, porque mesmo que seja obrigatória, os alunos que não se interessam faltam. E faltam apenas até contarem aos encarregados de educação que estão a faltar muitas vezes. E aí, os alunos pouco ou nada interessados, vão para a escola estragar apenas o ambiente escolar com maus hábitos e criando más influências.
Se a Educação deixasse de ser obrigatória e apenas os que quisessem de facto ser alguém, os que quisessem de facto ganhar dinheiro e ganhar cultura para discutir o assunto x ou y, apenas esses iam à escola, pois estavam lá de livre vontade.
Outra coisa que ando a ver. As pessoas de agora aderem a estilos, sem saber bem os seus significados. Punks aparecem sem perceberem que o facto de os Punks originais se vestirem assim é para criticar o "sistema", como muitos lhe chamam. Hip Hopers e Rapers aparecem, e possuem o titulo de serem "Os gajos que refilam contra o que está mal", quando na verdade apenas falam de coisas já faladas antes por 15 artistas que não rappers, e falam de coisas como os namoros que cada um teve. Sinto, na verdade, pena de já ter gostado deste tipo de "música". Pelo menos deu-me experiência para poder criticar...
Agora falarei do 3º ponto, que mencionei em cima, mas não o desenvolvi, o cujo tema de certa forma, engloba estes dois últimos pontos: A "informação".
Penso que a culpada de haver tantas adesões a estilos e a culpada de haver tantos jovens que cada vez mais se desinteressam pela educação é a televisão.
Sinceramente, acho que se mostrassem mais informação útil e acessível a todos, as pessoas iriam compreender que a educação é fundamental e necessária para toda a vida. Mas para haver uma informação acessível tinha de se acabar com programas tais como "Querido, Mudei a Casa", "morangos com açúcar" e/ou "Vila Faia". A lista poderia continuar, mas eu só quero dar-vos a ideia dos programas e não criticar os programas nem o canal por onde eles passam em si.
Prefiro ser mais global e insultar a televisão no geral. Imaginem uma televisão sem os "morangos". Eu sei que é difícil, mas em troca deste entretenimento sem qualquer valor cultural, imaginem programas de informação como um tal de "ABCiencia" que nos explica leis da física e química, fazendo experiências com os materiais tão facilmente encontrados em casa. Imaginem programas sobre Portugal, programas que nos mostrassem o nosso país. Imaginem portanto, que em vez das novelas existiam os programas que infelizmente ninguém, ou quase ninguém, gosta de ver.
Se algum dia tivermos a televisão assim, na minha humilde opinião, Portugal, como país e como cultura, iria crescer muito mais, e muito rapidamente na verdade. Claro que não quereria receber essa cultura, essa "inteligência" de um dia para o outro... Mas gradualmente, cresceríamos muito mais rápido... E deixaríamos de copiar simplesmente o que vemos, e ouvimos, e passaríamos a relamente tomar partido de um determinado lado sobre um determinado assunto. Passaríamos a ser de tal maneira cultos, que as nossas conversas evoluiriam de "Olá, tudo bem? nem sabes as coscuvilhices que ouvi hoje sobre o zé arnaldo" para "Ouve lá, hoje vi na televisão que estamos a gastar muito rapidamente os recursos naturais, temos de parar de poluir tanto..." e por aí adiante.

Basicamente, e se leram este texto até mesmo ao fim, agradeço-vos por terem um espírito critico e de cultura, pois informaram-se, ou estavam desejosos disso pelo menos, da situação do pais relatado por mim.

Quero ainda dizer que se leram este texto, não copiem na forma de pensar, mas também não a esqueçam totalmente. Pode haver certos pontos com que concordem de alma e pensamento.

almaemdescobrimento.blogspot.com