sábado, 6 de março de 2010

Mais uma

Mais uma noite, mais um terror.
Wow. Mais uma noite de insónia... e ainda só começamos o semestre agora... isto promete.
Podia começar com algo super piroso e afins mas não me apetece. Não me apetece nada por acaso. Não me apetece dormir, mas não me apetece ficar acordado. Passeio algures pelo limbo dos estádios emotivos. Balanceando cada passo, quando penso que estou a avançar, o caminho torna-se cada vez mais longo, mais ténue, e são muitas as vezes que caio. Agarrado por um braço, procuro, apalpando aquele fio curto que me segura um ponto forte para me levantar. Consigo finalmente, mas de cada vez que caio me pergunto: "Porquê? Porquê continuar se isso não me leva a lado nenhum?". Talvez avance, aos poucos, porque sei que estar parado não me serve de nada também. Ora preso por ter gato, preso por não ter, mais vale ir andando a ver se chego a algum lado.
Mais uma vez aquele velho desejo apodera-se de mim, possuindo-me com tanta facilidade como se enche um copo com água. Neste momentos é só isso que sou. Um contentor vazio, aclamando por emoções. Mas as primeiras a chegar e a preencher não são as boas. Mais uma vez, aquele desejo antigo de desaparecer ocupa o meu pensamento... Porque não desaparecer? Ficar invisivel ao mundo, passar despercebido... Dizem que o ser Humano procura ser o centro das atenções, seja por poder, felicidade, seja o que for. Eu pessoalmente procuro mais passar despercebido. Nestes momentos apercebo-me que o mundo é demasiado grande para eu sozinho o mudar. As minhas idealogias são de outro ser humano. Não tenho poderes especiais. Não tenho inteligência superior. Não tenho absolutamente nada, portanto torna-se mais facil passar despercebido pelo mundo. Sou igual a tantos outros, apesar de detestar a igualdade das pessoas. Hipócrita, sem rumo certo, caminho por um trilho numa floresta que à muito deixou de ser super verde. Tornou-se mais verde, é certo, não me posso queixar das escolhas que fiz, isso é verdade, mas nestes momentos, nestas Noites de Terror, a floresta passa de verde, a negro, negro como a noite que me assombra e me acolhe. O escuro passou a ser meu amigo nestas alturas, e nele encontro as respostas que o pó que me corre pelas artérias procura. Porque no final somos só isto, veias, ossos, musculos, e pele. Procuro respostas que nunca vou obter, e procuro conselhos que nunca vou ouvir. Procuro discursos que nunca vou entender. Procuro... Procuro me a mim.
Nada mais que ondas no mar e a areia a aguentar-me no chão, nada mais que as folhas a cair e o vento a leva-las para longe, bem longe daqui, viagando pelo mundo fora até encontrar o seu sitio.
Procuro.
Procuro.
Procuro.

Procuro algo. Encontrei algo. Procuro mais. Não encontro nada.
Noite, Dia, Sol, Lua, Luz, Escuro.
Nada mais, nada menos.
Isto é vida, e morte, ao mesmo tempo.
Isto sou eu a desejar ser vampiro ou lobo. Procurar em alguém a humanidade que me falta, a força que me falta, a inteligencia que me falta. E a procurar a capacidade de que tornar invisivel ao mundo.